Os pais de Adelmo da Silva dos Santos, o Delminho Mecânico, assassino confesso do casal Lenon Batista Siqueira, de 35 anos, e Fernanda Souza Silva Siqueira, de 26, apresentaram-se à Polícia Civil na noite de sábado (22), após intensa pressão das equipes responsáveis pelo caso. Adelson Elói dos Santos e Leila Lopes dos Santos compareceram inicialmente à 71ª DP (Itaboraí) e, após cumprirem os procedimentos legais, foram conduzidos à 73ª DP (Neves), onde tiveram os mandados de prisão cumpridos.
A apresentação ocorreu cinco dias depois de Adelmo ter se entregado espontaneamente na 71ª DP, na última terça-feira (18), acompanhado de um advogado. Apesar da ordem judicial de prisão temporária já expedida, ele deixou a delegacia após prestar uma confissão informal e permaneceu algumas horas foragido ao lado dos pais. Na mesma data, os restos mortais de Lenon e Fernanda foram localizados em Muriqui, em uma área de difícil acesso situada nos fundos da residência onde Adelmo vivia com a família. A remoção dos corpos exigiu o uso de uma retroescavadeira do Corpo de Bombeiros devido à profundidade e ao estado da ocultação.
O casal estava desaparecido desde o fim de semana, após sair de Rio Bonito para desfazer um acordo comercial envolvendo a troca do carro deles por uma moto pertencente a Adelmo. Segundo familiares, a desistência do negócio ocorreu porque o mecânico não estava cumprindo o pagamento das parcelas previamente combinadas. O desaparecimento foi registrado na 119ª DP (Rio Bonito).
Sepultamento e comoção
Os corpos de Lenon e Fernanda foram sepultados na manhã de sexta-feira (21), no Cemitério Municipal do Basílio, em Rio Bonito. A cerimônia foi marcada por forte comoção e revolta entre amigos e parentes, ainda abalados pela brutalidade do crime.
Avanço das investigações
Em nota oficial divulgada no sábado, a Polícia Civil detalhou o avanço das investigações que levaram à prisão de Adelson e Leila. De acordo com a 119ª DP, há indícios contundentes de que os dois participaram de todas as fases do crime.
Segundo a denúncia, além de ajudarem na ocultação dos corpos, os pais de Adelmo teriam participado da emboscada, do assassinato, do esquartejamento, da queima e do enterro das vítimas. Com base na materialidade e nos elementos de autoria colhidos, a delegacia representou pela prisão do casal na noite de 20 de novembro. Os mandados foram expedidos pelo Plantão Judiciário de Itaboraí.
Cerco policial e rendição
Após a decisão judicial, equipes da 119ª DP iniciaram uma operação de busca que durou toda a madrugada, restringindo rapidamente as rotas de fuga da família em Itaboraí e regiões vizinhas, como Manilha. A pressão fez com que Adelson e Leila buscassem o advogado da família, que os conduziu até a 73ª DP (Neves), unidade mais próxima do local onde estavam escondidos.
Após cerca de nove horas de buscas ininterruptas, o casal se apresentou e foi imediatamente preso. Adelson, Leila e Adelmo seguem agora à disposição da Justiça e serão encaminhados ao sistema penitenciário, enquanto as investigações prosseguem para o completo esclarecimento do caso.