Foi realizada durante a terça-feira pela manhã (9) uma caminhada nas ruas do Centro de São Gonçalo, intitulada como “Fim da Violência contra Mulheres”. O vice-prefeito Sérgio Gevú e secretários do Executivo estiveram presentes na ação.
As mulheres que participavam do ato, utilizaram faixas e cartazes com a seguinte mensagem: “Parem de nos matar”.
O movimento foi uma ação de conscientização do agosto lilás, mês de enfrentamento à violência contra a mulher.
Segundo as estatísticas dos equipamentos de São Gonçalo que atuam no enfrentamento da violência contra a mulher, foram 2.481 casos de violência, sendo 1.431 registrados na Sala Lilás e 1.050 no Centro Especial de Orientação à Mulher (Ceom) Zuzu Angel, ambos no período de dezembro de 2021 a junho de 2022.
“Graças ao importante trabalho desenvolvido pela Subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, conseguimos ser atuantes e incansáveis no enfrentamento à violência contra a mulher. Conseguimos manter um diálogo muito relevante e certeiro com a Delegacia de Atendimento à Mulher de São Gonçalo e com os policiais da Patrulha Maria da Penha, que nos dão todo o suporte quando necessário. Esperamos que essa caminhada tenha sido um ato de muita informação e coragem para aquelas que estejam passando pelo grave problema da violência doméstica”, disse o secretário de Assistência Social, Edinaldo Basílio.
“Posso dizer que a aceitação por parte dos munícipes foi extremamente receptiva, o que nos leva a crer que estamos no caminho certo. Na oportunidade, pudemos divulgar os serviços da Assistência Social, além de contar com a participação de várias instituições que também realizam trabalhos com mulheres. Tivemos uma excelente adesão das parcerias, das instituições religiosas e comunidade local. Ficou claro que a população gonçalense não tolera mais a violência contra a mulher. O governo atual tem um olhar sensível à causa, o que nos motiva a continuar planejando ações como esta, que só vem beneficiar a população feminina”, afirmou a subsecretária Ana Cristina da Silva.
“É bonito demais ver essa mobilização. Quando precisei, tive todo o apoio da equipe da Subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres e espero que as mulheres que estão passando por violência doméstica também sejam amparadas, informadas sobre seus direitos e salvas! Precisamos estar atentos, pois muitas vezes uma mulher que está no nosso convívio está precisando de ajuda e não sabemos. Não podemos nos calar diante de uma violência”, relatou Ana Maria, que já teve acesso aos serviços do Ceom.
Movimentos ao redor do mundo
Criado em 2013, o “Mulheres do Brasil” surgiu através da iniciativa de 40 empresárias de diferentes segmentos, com o intuito de intensificar as políticas para as mulheres. Atualmente, são realizados trabalhos voluntários em 151 núcleos, sendo 112 nacionais e 39 internacionais. A primeira reunião aberta ao público aconteceu em 10 de dezembro de 2020, no aniversário de Londrina e no Dia dos Direitos Humanos. Em Londrina, ele existe há um ano.
A caminhada em Londrina tem também o apoio do Lions Club, da Comissão da Mulher Advogada da OAB Londrina, da Comissão de Mulheres Empreendedoras e Gestoras da Fecomércio e da Associação das Mulheres Corretoras de Imóveis de Londrina, além de outras autoridades e organizações da sociedade civil.
O grupo conta com a integração de mais de 100 mil mulheres ao redor do mundo, o que o torna, estatisticamente, o maior grupo sem envolvimento político partidário do mundo.
Feminicídio
De acordo com dados fornecidos pela ONU, cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência ao longo da vida, em decorrência do seu gênero, que é intitulado pela mesma como uma pandemia global.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que a situação tornou-se ainda mais dramática para as mulheres durante a pandemia do Covid-19, pois elas ficavam confinadas em casa com seus agressores.
Foi analisado que, durante a pandemia, o número de denúncias de agressões diminuíram, porém isso intensifica que muitas mulheres foram impedidas de conseguir ajuda, já que houve um aumento considerável dos casos de violência doméstica.
Segundo a ONU, foram registrados em 2020, 1.350 feminicídios no Brasil, calculando uma morte a cada seis horas e meia.