A 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Itaboraí denunciou Gizele Matos de Almeida Gonçalves, de 29 anos, pelo homicídio triplamente qualificado de sua filha, Cecilia Matos Gonçalves, de apenas seis anos. Segundo a denúncia apresentada na última quarta-feira (8), Gizele teria premeditado o crime ao deixar a criança trancada em um apartamento sem acesso a alimentos ou água, resultando em sua morte por inanição.
O caso veio à tona no dia 3 de janeiro, quando vizinhos do edifício localizado na Rua São Miguel, em Itaboraí, relataram um odor insuportável vindo do imóvel. Policiais foram acionados e, ao entrar no apartamento, encontraram o corpo de Cecilia em estado avançado de decomposição. Segundo moradores, a menina não era vista desde o início das férias escolares, enquanto a mãe continuava a circular pelo prédio de forma aparentemente normal.
Confissão
Em depoimento à Polícia Civil, Gizele confessou ter deixado a filha sem comida ou água até sua morte, alegando que queria “fazer um bem” à criança. Ela afirmou não saber o momento exato do óbito, mas disse ter percebido que Cecilia já estava sem vida no dia 24 de dezembro. A Promotoria destacou ainda que um caderno encontrado no apartamento continha uma contagem regressiva para a morte da menina, reforçando a premeditação do ato.
Circunstâncias agravantes
O promotor Paulo Sally enfatizou, na denúncia, os fatores que configuram o homicídio triplamente qualificado. “O crime foi motivado por razões fúteis, segundo a denunciada, devido à sua situação de desemprego e dificuldades financeiras. Foi praticado de forma cruel, submetendo a vítima a sofrimento físico extremo, e teve como alvo uma criança menor de 14 anos, em total condição de vulnerabilidade”, pontuou.
Além disso, vizinhos relataram que o apartamento permanecia constantemente trancado e que um cheiro forte começou a ser percebido por volta do dia 26 de dezembro. Essas circunstâncias intensificaram as suspeitas e levaram à ação policial que desvendou o caso.
Prisão preventiva
Diante da gravidade dos fatos e do risco de fuga, a 1ª Promotoria de Justiça Criminal solicitou a prisão preventiva de Gizele. A Justiça ainda deve avaliar o pedido, enquanto as investigações seguem para esclarecer detalhes do caso.
Este crime, que impacta pela crueldade e condições em que ocorreu, levanta questões sobre a proteção de crianças em situações de vulnerabilidade e reforça a importância de mecanismos para prevenir tragédias semelhantes.
