Na última segunda-feira (11), a Petrobras comunicou o início da operação comercial da nova Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) em Itaboraí, no Complexo de Energias Boaventura, inaugurada no domingo (10). Este complexo, anteriormente conhecido como Comperj, tem capacidade inicial para processar 10,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia. A estatal projeta dobrar essa capacidade até meados de 2025 com a conclusão do segundo módulo da UPGN.
O principal objetivo da unidade é processar o gás natural proveniente do pré-sal, transportado pelo gasoduto Rota 3, que foi concluído em setembro e representa o primeiro grande projeto de gás natural da Petrobras em mais de oito anos. A produção de derivados será destinada ao abastecimento do mercado interno, reforçando a oferta de energia no país.
“O início da operação da UPGN de Boaventura representa um marco de um projeto complexo que integra toda a cadeia, da exploração à entrega do gás processado, reafirmando nosso compromisso em ampliar a oferta de gás ao mercado nacional”, destacou William França, diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras.
Histórico de Controvérsias
O Complexo de Energias Boaventura foi renomeado durante a cerimônia de inauguração do Rota 3, em parte para dissociá-lo do histórico de escândalos envolvendo o Comperj, que ficou marcado pela operação Lava Jato. O antigo projeto, inicialmente orçado em US$ 6 bilhões, foi ampliado para US$ 14 bilhões e enfrentou paralisações em 2015 devido a acusações de corrupção e superfaturamento.
Esquemas de corrupção envolviam a manipulação de licitações, com empresas previamente escolhidas para vencer contratos, enquanto outras participavam apenas para simular concorrência, resultando em valores superfaturados. A colaboração de funcionários da Petrobras era essencial para que os contratos fossem fechados sem competitividade real.