Dois traficantes originários do Pará são acusados de envolvimento no sequestro e morte de duas mulheres no bairro de Visconde, em Itaboraí. Rodolfo Nascimento Silva, conhecido como Mão, e Pedro Henrique da Silva Souza são considerados foragidos e respondem a processo na 1ª Vara Criminal de Itaboraí. De acordo com a denúncia do Ministério Público estadual, as mulheres foram executadas por suspeita de repassar informações para milicianos.

O crime ocorreu em novembro de 2021 e foi investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Pedro Henrique virou réu em agosto de 2022 e Rodolfo, em dezembro do mesmo ano. Além deles, outros quatro traficantes do Rio respondem pelo crime.
O bairro do Visconde ficou sob domínio da milícia de 2016 até o segundo semestre de 2021, quando traficantes de drogas voltaram a comandar a área. Léo 41, também paraense, tinha acabado de chegar no Rio e ganhou o comando de Visconde e Porto das Caixas dos traficantes Wilton Carlos Quintanilha, o Abelha, e Edgar Alves de Andrade, o Doca.
Jeiciane Ribeiro da Silva e Marcelle Gomes da Silva foram sequestradas, amarradas e mortas a tiros por dez homens armados. Segundo o MP, as duas já tinham integrado a milícia da região, atuando na cobrança de taxas, por isso foram executadas. Os corpos de ambas nunca foram encontrados.
Pedro Henrique, junto com outros três integrantes do tráfico local, foi denunciado pelo Ministério Público estadual do Rio em julho de 2022 pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e organização criminosa. Todos foram identificados na primeira investigação do caso.
Rodolfo, por sua vez, foi indiciado em um segundo inquérito para identificar outros criminosos que participaram dos assassinatos, juntamente com Kelvin Lucas Bolckau da Silva, conhecido como Semente, que é do Rio. Todos os acusados tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Léo 41 foi o primeiro traficante paraense a assumir o controle do tráfico de drogas em comunidades do Rio de Janeiro. Considerado um criminoso que gostava de ostentar, ele aparece em foto obtida pela Polícia Civil com um cordão de ouro ornamentado com bandeiras do Pará e o número 41 compondo a corrente, além de registrado no meio da bandeira. Na operação policial que resultou em sua morte, outras 12 pessoas foram mortas, incluindo nove paraenses. A migração de criminosos do Pará para o Rio já vem ocorrendo desde 2018.
