Uma adolescente de 17 foi esfaqueada por volta das 7h da manhã, na última segunda-feira (21), enquanto estava à caminho da escola, em Brasilândia, em São Gonçalo. O agressor, que fugiu logo após ao crime, se entregou à polícia nesta tarde de terça-feira (22), acompanhado de sua mãe.
A família de Steffany de Oliveira Santos, contou que a menina vinha sendo assediada há cerca de dois meses pelo suspeito, que vendia bala no sinal. Eles chegaram a registrar queixa contra o agressor, no entanto, por falta de informações na identificação do suspeito, ele não foi encontrado.
Uma câmera de segurança de um bar gravou o momento exato em que o agressor ficava escondido, à espreita, esperando Steffany passar.
A vítima realizava o mesmo trajeto todos os dias. Ela deixava suas irmãs gêmeas, de 11 anos, na escola e depois seguia para seu colégio.
No momento em que a adolescente passou em frente ao bar, o suspeito correu atrás dela com uma faca e a esfaqueou na barriga, ombro, seio e no pulmão. Ele fugiu em seguida.
A vítima conseguiu ligar para sua mãe e contar o ocorrido.
“Ela mandou mensagem avisando que tinha sido esfaqueada. Eu saí de casa (no Rocha) e cheguei ao local, na Brasilândia, antes mesmo dos bombeiros. Parece que quando é com nossos filhos, a gente se teletransporta”, contou Jéssica de Oliveira, de 32 anos.

“Cheguei ao local e encontrei ela sentada numa cadeira, com muito sangue, muitas perfurações e machucados. Eu imaginei que ele tivesse machucado ela, mas não pensei que fosse encontrar minha filha daquele jeito. Ela estava calma, mas estava com medo de morrer”, finalizou a mãe.
Steffany foi socorrida e levada ao Pronto Socorro de São Gonçalo, onde foi estabilizada na sala vermelha e passou por uma cirurgia. O estado de saúde dela é grave.
O agressor, um homem de 23 anos, se entregou à polícia nesta tarde (22), ele foi levado a 74° DP (Alcântara) por sua mãe. Em seguida, ele foi encaminhado à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), onde o caso foi inicialmente registrado e está sob investigação.
A mãe do rapaz contou à polícia que não acreditou quando o filho contou o que havia feito, que apenas enxergou a verdade, no dia seguinte, quando viu o caso sendo noticiado.
“Ele chegou em casa e falou: ‘mãe eu acho que fiz uma besteira, eu acho que matei uma menina’. Eu não acreditei, mas hoje de manhã a gente viu nas reportagens, eu decidi trazer ele. Eu não acho certo isso que ele fez. Ele estragou a vida dele e a vida da menina”, disse a mãe do suspeito.
A mulher informou que o filho possui distúrbios psicológicos, como comportamento bipolar. O acusado não mora com a mãe e sim com pai, pois ela não estava conseguindo cuidar dele.
Segundo a delegada da unidade que investiga o crime, o depoimento do acusado não apresenta as incoerências comumente associadas à confissão de pessoas com distúrbios psicológicos.
À Deam, o homem confessou que o crime foi planejado. Ele afirmou que atacou a adolescente porque “ela não queria ‘namorar’ com ele”. O acusado também apresentou como motivação ciúmes da menina com uma outra pessoa que ele imaginava estar em um relacionamento com ela.