Policiais civis de São Luís, no Maranhão, conseguiram localizar na quinta-feira (15) uma menina de 12 anos que havia sido levada do Rio de Janeiro, no dia 6 de março, pelo açougueiro Eduardo da Silva Noronha. A adolescente estava sozinha em um prédio de dois andares com várias quitinetes.
Ela não conseguiu abrir a porta quando os policiais bateram, então os policiais forçaram a janela. A menina foi encontrada vestindo uma blusa de manga bufante branca e calça jeans clara, cabelos soltos e estava assustada. Os policiais disseram a ela que eram policiais e sabiam que ela era do Rio e que os familiares estavam a procurando.

Antes de chegar ao local, no bairro Divinéia, os policiais foram a outras quitinetes na região, tentando localizar a menina. Eles contaram com a ajuda de vizinhos, que já tinham percebido a movimentação atípica no imóvel, mas não tinham feito qualquer denúncia à polícia.
Eles conseguiram chegar até o local onde a garota era mantida – uma quitinete no segundo andar do prédio, com poucos móveis. Na sala, foi encontrada uma mochila rosa da menina, que foi levada por ela ao ser resgatada pelos policiais.

Quando os policiais chegaram, a menina estava sozinha. Eles aguardaram Eduardo chegar do trabalho. Por volta das 19h, o açougueiro apareceu e foi preso em flagrante por cárcere privado. A menina foi encaminhada para o Conselho Tutelar, onde ficará até a chegada de seus pais a São Luís. Eles fazem uma vaquinha para conseguir recursos para viajar.
Eduardo continuará sendo investigado por estupro de vulnerável. Ele admitiu à polícia que beijou a menina. Para o delegado Marcone Matos, o beijo já configura ato libidinoso, e em razão da idade da menina – menor de 14 anos – o ato já configura estupro.
De acordo com as investigações, Eduardo buscou a menina na porta da escola, no dia 6 deste mês, em Sepetiba, Zona Oeste do Rio. De lá, ambos foram com um motorista de aplicativo para São Luís. A distância entre as cidades é de mais de 3 mil quilômetros – percurso feito, de carro, em 43 horas, custou em torno de R$4 mil reais.
No Rio, o caso é investigado pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) da Polícia Civil. A delegada titular da unidade, Elen Souto, explicou que a localização da vítima foi possível porque enquanto a menina ainda estava com o seu celular, usou o aparelho na única oportunidade em que foi à rua com Eduardo, para comprar roupas em uma loja.
Na ocasião, o celular dela acessou o Wi-fi de uma loja em São Luís, dado que foi obtido pela DDPA. Em sua ida ao estabelecimento, a menina enviou uma mensagem para a irmã pedindo socorro e informando que estava sendo mantida em cárcere pelo homem.