O anestesista colombiano, identificado como Andres Eduardo Onãte Carrilho, de 32 anos, foi preso nesta segunda-feira (16) em seu apartamento, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, sob acusação de estupro de pelo menos duas pacientes sedadas durante cirurgias. O caso é semelhante ao do anestesista Giovanni Quintella Bezerra, que teve repercussão nacional e foi preso em julho de 2022.
A prisão do suspeito e apreensão do material, foi devido a investigação dos Agentes da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) com a ajuda da Polícia Civil.
“A investigação teve por objetivo identificar uma pessoa que tinha mais de 20 mil arquivos de pornografia infantil nas nuvens, arquivo extremamente violento, podia ser visto bebê de colo, de menos de um ano, sendo violentado sexualmente, isso foi algo que chamou a atenção até mesmo dos polícias mais experientes. Pesquisando esses vídeos, foram encontrados ainda dois vídeos em que esse anestesista colombiano aparece estuprando duas pacientes durante o procedimento de anestesia pré-cirúrgico”, disse o delegado Luiz Henrique Marques, titular da Dcav.
A existência dos arquivos foi descoberta por uma instituição internacional que repassou para a Polícia Federal (PF) e em seguida foram enviadas à Dcav.
O delegado da Dvac, Luiz Henrique Marques, informou que ao chegar ao apartamento do anestesista, eles foram recebidos pela esposa dele, que também é médica. A princípio, ela não acreditou que o marido havia cometido os crimes.
“Inicialmente, assim que relatamos os motivos que ocasionaram na prisão do anestesista, a esposa dele não acreditou. Ela só passou a acreditar quando teve acesso aos vídeos”, disse o delegado.
Foram apreendidos na residência, computadores, pen drivers e celulares que serão submetidos à perícia com intuito de identificar outras vítimas.
Andres é de família de médicos. Ele exerce a profissão no Brasil há pelo menos dois anos. O anestesista ficará preso temporariamente por 30 dias. As duas vítimas brasileiras que sofreram sexo oral, cometido pelo anestesista, já foram ouvidas. Uma delas é uma idosa.
O delegado informou que a médica responsável por uma das unidades de saúde será ouvida na próxima terça-feira (17).
Foi emitida uma nota de esclarecimento pela direção do Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, instituição onde o médico atuou. Na nota, eles afirmam ter colaborado com a Polícia Civil na investigação.
“Todas as informações solicitadas pela polícia foram levantadas e repassadas. O médico deixou de atuar na unidade em setembro de 2021”, informou.
As identidades das vítimas do anestesista, foram identificadas pelos metadados dos vídeos gravados, onde foi possível obter a localização do suspeito no ato de gravação, como os hospitais e os dias.
Os vídeos foram mostrados às vítimas, que se reconheceram, mas não tinham noção que haviam sido estupradas.
De acordo com a investigação, o primeiro crime ocorreu no dia 15 de dezembro de 2020, no Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, Região dos Lagos, durante a realização de uma cirurgia de laqueadura.
E o segundo crime, foi em 5 de fevereiro de 2021, em um dos centros cirúrgicos do Complexo Hospitalar Universitário Clementino Fraga Filho, o Hospital do Fundão, da UFRJ, durante um procedimento para retirada de útero.