Moradores da comunidade da Vila Ipiranga, localizada no bairro do Fonseca em Niterói, estão vivendo em meio a uma situação de insegurança e medo. De acordo com relatos da população local, traficantes estão restringindo a atuação de empresas que fornecem serviços essenciais, como internet e gás, na região. Os criminosos vêm adotando medidas semelhantes às da milícia, que também controla áreas em algumas partes do Rio de Janeiro.
Os moradores afirmam que estão com receio de possíveis retaliações caso a “ordem” dos traficantes não seja cumprida. Os técnicos que realizam a instalação de internet se recusam a prestar o serviço devido ao aviso dos bandidos, que cortaram cabos e chegaram a colocar fogo em um poste na Rua Tenente Osório, próximo à comunidade. Após essas ações, as pessoas receberam a ameaça de que “pagariam com a vida” caso desobedecessem à ordem de usar apenas a internet fornecida pelos criminosos.
Além disso, os traficantes também estão controlando a venda de gás na região. Segundo relatos de moradores, eles foram informados de que precisam comprar gás com os bandidos. Caso contrário, correm o risco de terem seus botijões de gás confiscados pelos criminosos. Os moradores se sentem presos e sem opções para lidar com essa situação.
Um dos moradores da região que preferiu não se identificar afirmou: “O medo é nítido nas pessoas. Alguns moradores provavelmente vão pagar para não ficar sem o serviço, mas quando ficarem sem conexão, o que vão fazer? Ligar para o Procon? Ameaçar cancelar? Quem está assinando com eles está simplesmente entregando na mão deles toda a documentação para eles fazerem o que bem quiserem”.
A Polícia Militar informou que está realizando ações constantes na região para coibir todos os tipos de crimes. Na última quinta-feira (13), o 12º Batalhão da PM realizou uma operação na comunidade da Vila Ipiranga. O Setor de Inteligência da unidade está monitorando a região sobre a denúncia dos moradores. A PM ressaltou a importância de que a população colabore realizando denúncias, e disponibilizou o telefone do Disque-Denúncia (21) 2253-1177 e a Central 190 para casos urgentes, para que as medidas cabíveis possam ser tomadas.