Após 15 anos do desaparecimento da cuidadora Viviane Machado Modesto da Silva, a família ainda busca respostas sobre o paradeiro da jovem. O Ministério Público do Estado (MPRJ) solicitou à Polícia Civil que reabra as investigações, e agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) convocaram familiares para prestarem depoimento nesta terça-feira (4).
Viviane desapareceu em 2008, juntamente com seu filho, quando o bebê tinha apenas seis meses de idade. Recentemente, sua mãe, Maria Salvadora, conseguiu encontrar o jovem, hoje com 16 anos, sem a ajuda das autoridades policiais. A busca por respostas e o desejo de esclarecer o caso levaram a família a procurar incansavelmente por justiça ao longo dos últimos anos.

Viviane desapareceu em 2008 com o filho, na época com seis meses de vida
Em sua tentativa de solucionar o mistério, Maria Salvadora registrou o caso na Delegacia de Atendimento à Mulher de São Gonçalo. Entretanto, em 2015, o processo foi arquivado a pedido do Ministério Público. Desde então, a mãe de Viviane decidiu investigar por conta própria e obteve novas informações que levaram à tentativa de registro do caso na DHNISG, que posteriormente transferiu a investigação para a 127ª DP em Búzios.
“Eu tinha o número do processo, tinha informações e mandaram isso para mim. Nunca me ouviram”, disse.
O pedido do Ministério Público para reiniciar as investigações visa esclarecer se Viviane foi sequestrada e mantida em cárcere ou se foi vítima de um crime ainda mais grave. O ex-marido da cuidadora, apesar de diversas denúncias de comportamento abusivo antes do desaparecimento de Viviane, nunca foi interrogado pela Polícia Civil.
Ao longo dos últimos 15 anos, Maria Salvadora Silva Machado registrou boletins de ocorrência em diversas delegacias, buscando justiça para o caso de sua filha. Apesar de seus esforços incansáveis, o progresso nas investigações tem sido limitado.
“Eles falaram: ‘Vamos pegar e dar andamento nesse caso aqui na Delegacia de Homicídios. Vamos resolver isso para a senhora’. Mas, nesses anos todos em que a minha filha está desaparecida, eu sempre estive lá e eles nunca fizeram questão de me atender. Agora que a história veio à tona eles decidem resolver?”, diz a idosa.
“Eles tinham que me atender quando eu estive lá [pela primeira vez] pra pedir ajuda e ninguém fez nada por mim. Eu vou lá ver qual é a desculpa.”
Na última sexta-feira (30), Maria Salvadora foi contatada por agentes da Polícia Civil para prestar um novo depoimento. A expectativa da família é que essa convocação seja um indício de que finalmente haverá avanços significativos no caso e que as respostas há tanto tempo aguardadas estejam mais próximas de serem reveladas.
Na segunda-feira (03), após o G1 entrar em contato com a Polícia Civil e questionar sobre o caso ter retornado a DHINSG, sendo que foi recusado à cinco anos atrás, a corporação respondeu se tratar de uma “estratégia investigativa”.