O clima de dor tomou conta da Capela São Miguel da Paz, no bairro São Miguel, em São Gonçalo, na manhã desta quinta-feira (10), durante o velório de Lucas — jovem encontrado morto após dois dias de buscas. Familiares, amigos e vizinhos se reuniram para prestar as últimas homenagens ao rapaz, que foi vítima de um atropelamento, conforme confirmou o laudo pericial.
A tragédia, porém, trouxe não apenas sofrimento, mas também indignação. Durante a cerimônia, a tia do jovem, Adriana de Souza, fez um apelo emocionado:
“Eu só queria perguntar por que quem atropelou o Lucas não ligou para o Disque Denúncia? Por que não passou a informação de forma anônima? A gente poderia ter achado ele mais rápido. Foram quase dois dias de buscas, momentos que não desejo nem para quem merece.”
A dor da perda também foi expressa pela esposa de Lucas, Maria Eduarda Celestino, de 26 anos. Os dois completariam um ano e dez meses de casamento nesta quinta.
“Eu ainda estou em choque, estou sem acreditar. Parece que é mentira, que a qualquer momento vou acordar de um pesadelo. Não sei como vou seguir sem ele. O Lucas era a personificação do amor… Meu choro é pelo que não vamos poder viver.”

Segundo familiares, Lucas vivia um momento de esperança e alegria: havia sido chamado para um novo emprego como corretor, mas não chegou a iniciar a nova etapa da vida. “Foi um presente de Deus que agora foi recolhido”, disse a tia, buscando conforto na fé.
Apesar da tragédia, ela agradeceu o apoio recebido durante os dias de angústia:
“A gente queria agradecer toda a corrente que se formou. Não imaginávamos tanto carinho. Pelo menos temos a certeza de que foi uma morte instantânea. Ele não sofreu.”
A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí segue investigando o caso. O sepultamento de Lucas está previsto para às 15h, com o cortejo saindo da capela ainda nesta tarde.
Assista abaixo o depoimento da tia e esposa de Lucas.