A tragédia que vitimou a jovem Yohanna Carvalho Gomes, de 26 anos, na BR-101, em São Gonçalo, gerou revolta entre familiares, que questionam as circunstâncias do ocorrido e apontam imprudência do motociclista. O acidente aconteceu na última segunda-feira (24), na altura do bairro Boa Vista. A auxiliar administrativa chegou a ser socorrida, mas faleceu no dia seguinte, após complicações decorrentes dos ferimentos. Ela foi sepultada na quarta-feira (26), no Cemitério Parque da Paz, no bairro Pacheco.
Segundo o irmão da vítima, Lohann Almeida, de 35 anos, a família não considera o caso apenas um acidente, mas sim um ato de negligência e imprudência. Yohanna havia solicitado uma corrida por aplicativo ao sair do Centro de Niterói com destino a São Gonçalo. Pouco antes do acidente, por volta das 17h40, ela teria enviado mensagens para um amigo relatando que o motociclista trafegava a cerca de 140 km/h. Três minutos depois, ela informou ao mesmo contato que havia sofrido um acidente.
A colisão envolveu um carro de passeio e uma carreta, de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal. Há indícios de que a motocicleta circulava pelo corredor entre os veículos, em um horário de trânsito intenso. “O piloto estava a 40% acima da velocidade permitida. Isso não é um acidente, é um homicídio culposo”, afirmou Lohann.

Yohanna foi encaminhada ao Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, onde passou por procedimentos emergenciais, incluindo a amputação de uma das pernas. No entanto, seu quadro se agravou e ela não resistiu. O motociclista, cuja identidade não foi divulgada, também ficou gravemente ferido e segue internado no Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), em Niterói.
O velório reuniu dezenas de amigos e familiares, que prestaram homenagens com músicas que a jovem costumava cantar na Igreja Batista Atitude de São Gonçalo, onde participava do ministério de louvor.
Agora, a família pretende levar o caso adiante e acionar as autoridades para responsabilização do motociclista e da plataforma de transporte. “Vamos buscar a ocorrência junto à Arteris, concessionária da rodovia, e procurar a Delegacia para apresentar os indícios de que isso foi fruto de imprudência e negligência dos aplicativos”, afirmou Lohann. Ele também criticou a Uber por não ter prestado apoio imediato à família e por falhas na identificação dos condutores cadastrados na plataforma.
Em nota, a Uber lamentou o ocorrido e declarou que “todas as viagens contam com um seguro, e a seguradora já foi acionada para entrar em contato com a família e oferecer apoio”. A empresa também informou que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.

A investigação do caso segue em andamento para esclarecer as circunstâncias do acidente e eventuais responsabilizações.